quarta-feira, 21 de março de 2012

AQUECIMENTO GLOBAL


Clima

AQUECIMENTO GLOBAL PODE ELEVAR NÍVEL DO MAR EM MAIS DE 20 METROS

A estimativa vale mesmo que as nações consigam limitar o aumento da temperatura a apenas 2°C, sugestão mais otimista de autoridades do clima

Ainda neste século, o nível do mar deve subir de 0,8 a 1 metro, especialmente devido ao derretimento parcial de grandes reservas de gelo do mundo (Getty Images/Thinkstock) 

Mesmo que a humanidade consiga limitar o aquecimento global a apenas 2 graus Celsius, estimativa mais otimista proposta pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as gerações futuras terão de lidar com o nível do mar de 12 a 22 metros maior do que o atual, de acordo com cientistas da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey, Estados Unidos.

Saiba mais

IPCC
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (em inglês, Intergovernmental Panel on Climate Change) foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a fim de produzir informações relevantes para a compreensão das mudanças climáticas. Por sua contribuição ao tema, o IPCC ganhou o Nobel da Paz em 2007. Entre os 831 especialistas do Painel que vão redigir seu quinto relatório de avaliação climática, a ser publicado em 2014, 25 são brasileiros.

Para chegar a estes números, os pesquisadores estudaram amostras de solo e de rochas de três localidades: do Estado da Virgínia, no sudeste dos Estados Unidos; do atol Enewetak, conjunto de 40 pequenas ilhas situadas na região central do Oceano Pacífico; e da Nova Zelândia. Eles se focaram em dados do final da época conhecida como Plioceno, entre 2,7 e 3,2 milhões de anos atrás, quando o nível de dióxido de carbono na atmosfera se encontrava em nível semelhante ao atual e a temperatura era 2°C mais elevada que agora.

"A diferença no volume de água que seria liberado é equivalente ao derretimento de toda a Groenlândia, que consiste na segunda maior reserva de gelo do mundo, e dos lençóis de gelo da Antártida Ocidental, bem como de algumas partes da Antártida Oriental", diz H. Richard Lane, fundador da pesquisa. Segundo ele, tal elevação dos oceanos modernos iria inundar as costas ao redor do mundo e afetar cerca de 70% da população da Terra.

"Mas você não precisa vender sua casa de praia ainda, porque o derretimento dessas grandes reservas de gelo vai levar de séculos a milhares de anos", explica Kenneth G. Miller, principal autor do estudo. A estimativa de elevação do nível do mar ainda para o século 21 é de 0,8 a 1 metro, devido ao aquecimento dos oceanos e ao derretimento parcial de geleiras de montanhas e de regiões como a Groenlândia e Antártida.

De acordo com o pesquisador, este estudo é importante por destacar a sensibilidade dos grandes lençóis de gelo da Terra em relação às mudanças climáticas, sugerindo que mesmo um modesto aumento de temperatura da atmosfera terrestre pode causar grande elevação do nível do mar. A pesquisa foi publicada na revista Geology.
 





terça-feira, 20 de março de 2012

LEMBRANÇAS DO MEU TEMPO II

Alameda do Colégio Quinze de Novembro - Garanhuns -PE


Essas árvores são testemunhas silenciosas do tempo em que o Colégio Quinze de Novembro ficava com suas portas abertas para a população. Menino pobre e sem pertencer a alguma família de nome proeminente na cidade arriscava-me a freqüentar o ambiente do colégio nas horas vagas.
Nessa época morávamos na travessa Silvino Macedo, por trás do Colégio Estadual. Passar uma manhã ou uma tarde no ambiente do Colégio Quinze era uma aventura. Jogos de futebol de salão, basquete, vôlei e outros esportes, campeonatos, intercâmbios com times da capital faziam parte de sua dinâmica de atuação esportiva. Melhor ainda quando a Marinha Brasileira com seus atletas participavam de jogos com os atletas do Quinze uma vez por ano.
Estilingue (na época o nome era: peteca) pendurado no pescoço, vestido com calças curtas acima dos joelhos, descalço e despenteado (a molecada até certa idade não dá o mínimo para aparência) lá estava eu querendo ver tudo e saber de tudo que estava acontecendo. Usei calças curtas tanto tempo que ganhei o apelido de “escoteiro” . Falava com minha mãe para mandar fazer calças compridas para mim e ela não me dava ouvidos. O problema é que seria necessário o dobro do tecido para tal intento. A grana era curta.
Haja gracejos da molecada: escoteiro! Que sufoco.
Depois de ir de um lugar para outro querendo ver tudo ao mesmo tempo, cansado, nem sobrava tempo para a caçada de calangros, lagartixas e passarinhos do sítio do colégio. O passeio só estaria completo se colhesse alguma fruta para repor as energias:um caju, uma goiaba, uma manga...
Em relação aos outros colégios da cidade, o Quinze - como era conhecido por todos - tinha uma postura amena quanto ao acesso de meninos pobres em seu ambiente. Nesse tempo andar bem vestido e com calçado nos pés não era para todos.
Lembro que minha mãe só podia comprar roupas novas no final de cada ano. Eram as roupas para o Natal e o Ano Novo. Durante a semana eram usadas as roupas velhas, às vezes remendadas. Via de regra, nada nos pés. A maior parte do tempo ficávamos descalços. Os sapatos novos comprados no final de cada ano – quando era possível comprar – só deviam ser usados aos domingos para passear no Pau Pombo, ir à matinê no cinema e ir à missa no final da tarde.
Por conta de andar sempre descalço meus pés apresentavam um aspecto horrível: sujos e machucados. Muitas vezes levava “topadas” que arrancavam pedaços dos dedos dos pés.As unhas sofriam com  machucados.Era uma “via dolorosa” quase todos os dias.Espinhos, pregos,cacos de vidro e outros são os “vilões” dos pés desprotegidos.
Com os pés machucados, como calçar os sapatos no final de semana?
Os pés, tão desacostumados com os sapatos, sofriam também com os calos que surgiam após as caminhadas domingueiras.
Que sacrifício.






A TECNOLOGIA NÃO SUBSTITUI O BOM PROFESSOR


Com base em informações produzidas pelo principal fornecedor de equipamentos da tecnologia de informação e comunicação, governo vai investir 150 milhões  de reais em tablets para professores. Enquanto o MEC alardeia o piso fenomenal de pouco mais de 1400 reais para os educadores - cujo valor é questionado na Justiça por alguns Estados - tenta fazer a população acreditar que um computador em sala de aula é a solução para a qualidade da educação no país.Isso é um tremendo engano.Isso é crime de lesa- pátria. Precisamos de uma revolução na educação. O principal elemento do processo de ensino-aprendizagem é o professor, que a cada dia é menosprezado, sub-valorizado e agredido em sua dignidade e integridade.A valorização do magistério não cabe na agenda política do governo. Não rende votos. A propaganda enganosa e a desinformação, sim. 

Não haverá mudança na educação enquanto não houver a quebra dos paradigmas marxistas nas escolas e nas universidades. Isso só tem provocado o atraso da educação no Brasil. A China dá um exemplo ao mundo ao desprezar ideologias e paradigmas educacionais que não dão resultados. A arma para vencer a corrida no ranking mundial do conhecimento é a educação. A promoção tanto do professor quanto do aluno é o MÉRITO. Isso não acontece no Brasil. O bom professor e o bom aluno não têm mérito. São nivelados com os demais.


Gustavo Ioschpe 

A tecnologia não nos salvará (por enquanto)

A ideia de um laboratório de informática, um lugar aonde se vai para estudar computação, é uma estupidez: ou o computador está presente em sala de aula e é apreendido por professores e alunos como parte da matéria, ou é inútil



Computador na sala de aula é bom,  mas nada substitui um professor bem  preparado e com proposta pedagógica sadia (Roberto Setton)

Durante décadas, o Brasil ignorou suas carências na área educacional. Hoje, quando há falta de gente qualificada e superlotação de presídios, consolida-se a percepção de que o país não progredirá sem uma melhora radical no setor. Vem também a percepção de que esse é um problema gigantesco e urgente, cuja solução por vias normais levará tempo e demandará muito esforço. Surge então a busca por uma “bala de prata”, uma solução potente e rápida que nos permita atalhar o caminho. A bola da vez é a tecnologia.

Apesar de ser um entusiasta das novas tecnologias, uma busca na literatura empírica me obriga a concordar com um empresário que dizia: “Eu acreditava que a tecnologia podia ajudar a educação. Mas tive de chegar à inevitável conclusão de que esse não é um problema que a tecnologia possa ter a esperança de resolver. O que há de errado com a educação não pode ser solucionado com tecnologia”. Seu nome? Steve Jobs.

A primeira saída milagrosa proposta por alguns de nossos líderes é simplesmente a distribuição de hardware nas escolas. O tablet criado por Jobs é uma das ondas do momento: nosso Ministério da Educação vai gastar 150 milhões de reais neste ano na distribuição de 600000 engenhocas a professores. Perguntei ao MEC quais os estudos que embasam a ideia de que a distribuição desse material terá algum impacto sobre a qualidade do ensino, mas não houve resposta. Nem poderia. Praticamente toda a pesquisa sobre o assunto, não apenas no Brasil como no exterior, mostra que não há relação entre a presença de computadores na escola e o aprendizado do aluno. Imagine então um aparelho dado ao professor. O programa surgiu por vias tortas. A primeira intenção era distribuir laptops a todos os alunos da rede pública. Mas a experiência internacional tem mostrado que essa medida é muito custosa e pouco eficaz, a ponto de cidades americanas que a implementaram já a terem cancelado há anos. Os alunos estavam usando os computadores para colar em provas e baixar pornografia. Mesmo no Brasil, o estudo sobre o impacto do programa Um Computador por Aluno em sua fase piloto mostrou que só se beneficiavam do laptop aqueles alunos que o levavam para casa; aqueles usados apenas na escola não produziam melhorias no aprendizado. O MEC fez então essa mudança de curso e resolveu destinar a verba aos professores, em uma medida que certamente agradará à categoria mas não tem sustentação na pesquisa nem na lógica.

No mesmo momento em que Brasília anunciava a medida, o governo do estado de São Paulo mostrou que desperdício pouco é bobagem. Ao mesmo tempo em que briga na Justiça para não cumprir a (inócua, diga-se) lei do piso salarial dos professores, o estado divulgou um investimento de 5,5 bilhões de reais, ao longo de dez anos, para equipar suas salas de aula com lousas digitais. Chama atenção a envergadura do projeto, em um momento em que também há farta divulgação de que experiências pioneiras nos EUA têm mostrado que os distritos que receberam essas máquinas vêm tendo desempenho pior do que a média de seu estado. (Toda a bibliografia mencionada neste artigo está na íntegra em twitter.com/gioschpe.) Para não ser leviano, pedi à Secretaria da Educação que enviasse os estudos que embasam essa decisão. Inacreditavelmente, o material encaminhado foi uma carta do presidente da Dell, fornecedora das lousas, remetida ao secretário da Educação com um resumo de suposto estudo da Unesco demonstrando o impacto positivo da tecnologia em projeto piloto na cidade de Hortolândia. Depois de dias pedindo para receber esse estudo, a secretaria me informou que não o possuía (!). O que leva a crer que tomou uma decisão bilionária com base em uma carta do principal beneficiário do programa.

Acompanhando essa obsessão já consolidada por maquinário, surge uma nova esperança de revolução educacional através do ensino a distância. Seus proponentes sonham com um cenário em que os melhores professores do Brasil dão uma aula e ela é acompanhada por milhões de alunos, quer em sala de aula, quer em casa, aprendendo em seu próprio ritmo. Assim nos livramos dos maus professores, cortamos gastos e imediatamente damos um salto na qualidade do ensino ofertado. Que eu saiba, nenhum lugar do mundo implementou sistema assim na educação básica, de forma que não há estudos para comprovar a exequibilidade desse plano, mas tenho fortes suspeitas de que é inviável. Se fosse possível simplesmente transmitir conhecimento remotamente, a televisão já o teria feito. A ideia é mais antiga ainda: em 1925, Thomas Edison, o inventor da lâmpada e do fonógrafo, previa que a presença de livros em escolas estava prestes a acabar: seriam substituídos por filmes. A tese segundo a qual a educação é um processo unidirecional de transferência do conteúdo do professor para o aluno é equivocada. Mesmo sem entrar em discussões pedagógicas, que não são a minha praia, os estudos econométricos mostram que muitos dos principais fatores de uma escola de sucesso — como a realização e a correção de dever de casa, provas constantes, formato pergunta e resposta em aula — dependem de interatividade e atenção ao progresso do aluno. O bom professor precisa conhecer profundamente a matéria que ensina e, além disso, modular constantemente a maneira como a transmite, levando em conta o estágio de aprendizado de seus alunos. Mesmo que a internet tenha a interatividade que a TV não tem, é patentemente impossível que um professor interaja com milhares ou milhões de alunos.
Uma terceira área em que a tecnologia pode ajudar a educação é através de redes sociais, para que alunos e professores se auxiliem mutuamente. Desconheço pesquisas a respeito, dada a novidade da tecnologia, mas o potencial é tremendo. Porém o fundamental certamente não é a tecnologia, e sim a decisão que a antecede: na China, professores se reúnem constantemente em suas escolas e, depois, em seu distrito para trocar idéias e melhores práticas. O Brasil poderia fazer o mesmo. A tecnologia pode facilitar e potencializar esse convívio, mas não é necessária nem suficiente para o seu surgimento.

Por último, uma área que tem mostrado resultados positivos em educação é a da utilização de softwares específicos para o aprendizado, especialmente no campo da matemática. As intenções dessa utilização não são revolucionárias, nem os resultados, mas pelo menos aí há evidências positivas. Algumas delas estão postadas no meu Twitter.

O fracasso da tecnologia em sala de aula, vinte anos depois do seu início, não quer dizer que ela não possa trazer resultados no futuro. Há um consenso na literatura de que inserir elementos tecnológicos usando o mesmo currículo e com a mesma pedagogia — como normalmente são desenhados esses programas — é um desperdício. A própria idéia de um laboratório de informática, um lugar aonde se vai para estudar computação, é uma estupidez: ou o computador está presente em sala de aula e é apreendido por professores e alunos como parte da matéria, ou é inútil. A tecnologia é uma ferramenta pedagógica, assim como o quadro-negro e o livro didático. Talvez mais poderosa, mas ainda assim apenas uma ferramenta, que trará resultados se for usada por um professor preparado em proposta que faça sentido pedagógico. O melhor software em educação continua sendo, disparado, o cérebro de um bom professor.

Não duvido de que um dia tenhamos máquinas que passem no teste de Turing, demonstrando inteligência indistinguível da de um humano. Até esse dia chegar, nossa batalha precisa ser a de ter bons professores dando boas aulas, sem pirotecnias ou geringonças. O fato de o Brasil estar embarcando em mais esse diversionismo é sintomático da falta de foco, de lógica e de ambição que domina nosso diálogo nesse setor. Falaremos sobre isso nos próximos artigos.

O QUE O BRASIL ESPERA DA RIO + 20

 

O Brasil espera que os resultados da Rio+20 incluam:

  1. A definitiva incorporação da erradicação da pobreza como um elemento essencial para se alcançar o desenvolvimento sustentável;
  2. A plena inclusão do conceito de desenvolvimento sustentável no processo decisório por parte dos atores nos pilares econômico, social e ambiental, a fim de superar visões setoriais que ainda persistem vinte anos depois da definição do desenvolvimento sustentável como uma prioridade global;
  3. O fortalecimento do multilateralismo, com a clara mensagem de ajuste das estruturas das Nações Unidas e de outras instituições internacionais ao desafio do desenvolvimento sustentável; e
  4.   O reconhecimento da reorganização internacional em andamento, com seus reflexos sobre a governança global.
O equilíbrio entre os três pilares do desenvolvimento sustentável pode ser fortalecido durante a Conferência, por exemplo, por meio do estabelecimento de Metas de Desenvolvimento Sustentável – que determinariam as áreas nas quais deveriam se concentrar os esforços nacionais e a cooperação internacional com vista a promover o desenvolvimento sustentável - bem como por meio da definição de um marco de referência de governança internacional para garantir que o conceito de desenvolvimento sustentável seja adequadamente tomado como um paradigma por todas as organizações e agências especializadas do sistema das Nações Unidas



A PERSPECTIVA DO BRASIL NA RIO + 20



Para o Brasil, que em 2007 propôs a Rio+20 e que estará presidindo a reunião, é essencial que as discussões se guiem pelo princípio da não-regressão, que não aceita retrocessos com relação a conceitos e compromissos internacionais previamente assumidos. Esse princípio torna-se ainda mais importante diante dos desafios globais que requerem a adoção de soluções inovadoras e ousadas para enfrentar as necessidades dos três pilares do desenvolvimento sustentável de forma abrangente e equilibrada.

Os resultados devem garantir que todos os países sintam-se capazes de implementar as decisões adotadas no Rio com base na criação de condições adequadas – os recursos necessários de natureza financeira, tecnológica e de treinamento – para implementá-las, construindo assim uma visão compartilhada de sustentabilidade válida, que prevaleça durante as próximas décadas. É importante destacar que a Rio+20 é uma Conferência sobre desenvolvimento sustentável, e não apenas sobre o meio ambiente. O desafio da sustentabilidade, portanto, representa uma oportunidade excepcional para se mudar um modelo de desenvolvimento econômico que ainda precisa incluir plenamente as preocupações com o desenvolvimento social e a proteção ambiental.

Para o Brasil, as discussões na Rio+20 devem servir para incrementar a conexão entre os objetivos gerais expressos no conceito de desenvolvimento sustentável e a realidade econômica, tornando-se, assim, um instrumento para implementar compromissos com o desenvolvimento sustentável. Para aprimorar e disseminar o conceito de “economia verde”, o Brasil propõe que a Rio+20 examine a “economia verde inclusiva”, destacando a importância do pilar social e resumindo o propósito da Conferência (“economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”). Dessa perspectiva, as discussões devem focalizar um ciclo sustentável de desenvolvimento, com a incorporação de bilhões de pessoas à economia, com o consumo de bens e serviços dentro de padrões sustentáveis.

A “economia verde inclusiva” já encontra um exemplo em políticas públicas de vários países, na forma de programas em áreas como transferência de renda; atividades para promover a conservação ou a recuperação ambiental; apoio a segmentos da população cuja renda se origina na reciclagem de resíduos sólidos; disseminação de boas práticas agrícolas usando tecnologias acessíveis a pequenas propriedades rurais e famílias de agricultores; e treinamento em tecnologias com maior eficiência energética.




O BRASIL NA RIO + 20


Desde a Rio-92, o tema do desenvolvimento sustentável ocupa lugar central na política externa brasileira. A proposta do país de sediar a Rio+20 se enquadra nessa prioridade, ao criar oportunidade para que todos os países das Nações Unidas se reúnam, mais uma vez no Rio de Janeiro, para discutir os rumos do desenvolvimento sustentável para os próximos vinte anos.
Na qualidade de Presidente da Conferência, o Brasil será responsável pela coordenação das discussões e trabalhará para a formação de consensos e adoção de decisões concretas que visem ao objetivo do desenvolvimento sustentável. 
Como país-membro das Nações Unidas, o Brasil apresentou ao Secretariado da Conferência sua contribuição nacional ao documento-base que dará início ao processo negociador dos documentos da Rio+20. 
É especial o significado de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável no Rio de Janeiro. Como sede da Cúpula da Terra, que consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável em 1992, o Rio de Janeiro é o local ideal para realização da Rio+20, que apontará os caminhos futuros do desenvolvimento. O legado da Rio-92 – principalmente a Declaração do Rio, a Agenda 21, a Convenção Quadro sobre Mudança do Clima e a Convenção sobre Diversidade Biológica - estarão associados para sempre à lembrança da intensa participação da sociedade civil em debates da ONU, gerando o que se chamou de  “espírito do Rio”.
No plano interno, a Comissão Nacional para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, criada pelo Decreto 7.495 de 7 de junho de 2011, tem a atribuição de articular os eixos da participação do Brasil na Conferência. É co-presidida pelo Ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, e pela Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. 
Fazem parte da Comissão outros 28 Ministérios e órgãos da Administração Federal associados aos temas do desenvolvimento sustentável, bem como representantes do Governo do Estado e da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, do Congresso Nacional e do Poder Judiciário. A Comissão Nacional conta ainda com uma Secretaria-Executiva, presidida pelo Ministério das Relações Exteriores e integrada pelo Ministério da Fazenda; o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; e o Ministério do Meio Ambiente, responsáveis, respectivamente, pelos pilares econômico, social e ambiental na Secretaria-Executiva.
A sociedade civil é parte integral da Comissão Nacional, contando com cerca de quarenta membros, representantes de diversos setores sociais, selecionados em processo transparente e inclusivo. Fazem parte da Comissão representantes de órgãos estaduais e municipais do meio ambiente, da comunidade acadêmica, de povos indígenas, povos e comunidades tradicionais, setores empresariais, trabalhadores, jovens, organizações não-governamentais e movimentos sociais. O processo de escolha dos integrantes da Comissão Nacional foi guiado pela Portaria Interministerial 217, de 17 de junho de 2011. 
Para tratar da organização logística da Conferência, foi criado, também pelo Decreto 7.495, o “Comitê Nacional de Organização” (CNO), que tem como atribuições o planejamento e a execução das medidas necessárias à realização da Conferência Rio+20, inclusive a gestão dos recursos e contratos relativos aos eventos oficiais realizados no contexto da Organização das Nações Unidas. Também faz parte de suas competências a execução das atividades referentes à administração de material, obras, transportes, patrimônio, recursos humanos, orçamentários e financeiros, à comunicação, ao protocolo, à segurança e à conservação dos imóveis e do mobiliário utilizados na organização e na realização da Rio+20.

O QUE É A RIO + 20 ?


Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembléia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009.
O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.

A Conferência terá dois temas principais:

  • A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e
  • A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
A Rio+20 será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Em seguida, entre 16  e 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.

Os preparativos para a Conferência

A Resolução 64/236 da Assembleia-Geral das Nações Unidas determinou a realização da Conferência, seu objetivo e seus temas, além de estabelecer a programação das reuniões do Comitê Preparatório (conhecidas como “PrepComs”). O Comitê vem realizando sessões anuais desde 2010, além de “reuniões intersessionais”, importantes para dar encaminhamento às negociações.
Além das “PrepComs”, diversos países têm realizado “encontros informais” para ampliar as oportunidades de discussão dos temas da Rio+20.

O processo preparatório é conduzido pelo Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais e Secretário-Geral da Conferência, Embaixador Sha Zukang, da China. O Secretariado da Conferência conta ainda com dois Coordenadores-Executivos, a Senhora Elizabeth Thompson, ex-Ministra de Energia e Meio Ambiente de Barbados, e o Senhor Brice Lalonde, ex-Ministro do Meio Ambiente da França. Os preparativos são complementados pela Mesa Diretora da Rio+20, que se reúne com regularidade em Nova York e decide sobre questões relativas à organização do evento. Fazem parte da Mesa Diretora representantes dos cinco grupos regionais da ONU, com a co-presidência do Embaixador Kim Sook, da Coréia do Sul, e do Embaixador John Ashe, de Antígua e Barbuda. O Brasil, na qualidade de país-sede da Conferência, também está representado na Mesa Diretora.

Os Estados-membros, representantes da sociedade civil e organizações internacionais tiveram até o dia 1º de novembro para enviar ao Secretariado da Conferência propostas por escrito. A partir dessas contribuições, o Secretariado preparará um texto-base para a Rio+20, chamado “zero draft” (“minuta zero” em inglês), o qual será negociado em reuniões ao longo do primeiro semestre de 2012.


SOBRE A RIO + 20


A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, que será realizada na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 junho de 2012, contará com representantes dos 193 Estados-membros da ONU e com milhares de participantes dos mais variados setores da sociedade civil.

O credenciamento das delegações oficiais, de representantes da sociedade civil e da imprensa está a cargo da ONU.
A participação brasileira no evento encontra-se sob a coordenação da Comissão Nacional para a Rio+20, criada pelo Decreto 7.495, de 7 de junho de 2011.

Estados membros

A Rio+20 é um processo intergovernamental dirigido pelos Estados-membros das Nações Unidas, com forte engajamento do sistema ONU e da sociedade civil. Diversas reuniões preparatórias dos Estados-membros estão sendo realizadas nos meses que antecedem a Conferência, para discutir o objetivo e os temas propostos. A Conferência contará com a participação de Chefes de Estado e de Governo, bem como de outros representantes, e deverá resultar em documentos consensuais.

Sociedade civil internacional

Desde a Rio-92, a sociedade civil participa de forma essencial na promoção do desenvolvimento sustentável.  De acordo com o sistema das Nações Unidas, os chamados “grupos principais” – organizações não-governamentais, grupos empresariais, comunidades indígenas, autoridades locais, organizações de agricultores, grupos de crianças e jovens, trabalhadores e sindicatos, entidades de mulheres e a comunidade científica e tecnológica, todos terão espaço para representar a sociedade civil.
Para participar, é necessário que a organização esteja registrada na ONU, o que pode ser verificado por meio da lista de organizações que possuem status consultivo no ECOSOC – Conselho Econômico e Social. É bom lembrar que as organizações que participaram de outras conferências estão automaticamente credenciadas.

Indivíduos

A participação de indivíduos também é muito importante para o êxito da Conferência. Todos poderão contribuir com envio de sugestões, divulgação das informações e participação em eventos da Conferência. Antes do evento, o público em geral pode participar por meio de sugestões, escrevendo em alguma das línguas oficiais da ONU (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês, russo) para o email: uncsd2012@un.org.
Também é possível participar dos diversos eventos paralelos à agenda intergovernamental que estão sendo planejados para o período de realização da Conferência. Eles acontecerão em áreas reservadas pelo Comitê Nacional de Organização para a sociedade civil e suas programações serão divulgadas oportunamente neste sítio e pela imprensa.

O Futuro que Queremos

“Se você pudesse construir o futuro, o que você gostaria de fazer?”. Esta é a pergunta fundamental que as Nações Unidas fazem à sociedade civil na campanha “O Futuro que Queremos”. Pense na maneira em que você gostaria de ver um mundo melhor e participe!
Envie suas fotos!

Fotografe um estilo de vida sustentável e espalhe para o mundo


A Rio+20 abre para os líderes globais a oportunidade de criar novos paradigmas de estilo de vida sustentável para todos - ricos ou pobres. Fazer com que nossas necessidades futuras sejam atendidas, equilibrando o nosso consumo com os limites naturais do planeta é um esforço coletivo que irá causar impacto em todos os níveis de nossa sociedade. Como você imagina que isso irá acontecer? Como sua vida seria diferente seguindo esses novos paradigmas de sustentabilidade? Quais aspectos de uma vida sustentável são importantes para você? 

TEMAS DA RIO + 20


Rio+20
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável


Os dois temas centrais da Rio+20 – a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável – foram aprovados pela Assembléia Geral das Nações Unidas de forma consensual entre os 193 países que integram a ONU. Nas reuniões do processo de preparação, os países têm apresentado propostas sobre esses temas, buscando resultados que possam ser adotados na Conferência.
  • A ECONOMIA VERDE NO CONTEXTO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E DA ERRADICAÇÃO DA POBREZA
 A “economia verde” constitui um instrumento para a aplicação de políticas e programas com vistas a fortalecer a implementação dos compromissos de desenvolvimento sustentável em todos os países da ONU. Para o Brasil, a “economia verde” deve ser sempre enfocada no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, uma vez que os temas de economia e de meio ambiente (“verde”) não podem ser separados das preocupações de cunho social.
 O debate sobre “economia verde” aponta para oportunidades de complementaridade e de sinergia com outros esforços internacionais, englobando atividades e programas para atender às diferentes realidades de países desenvolvidos e em desenvolvimento. É importante relembrar que a redução das desigualdades – em nível nacional e internacional – é fundamental para a plena realização do desenvolvimento sustentável no mundo.
  • ESTRUTURA INSTITUCIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
As discussões sobre a estrutura institucional têm buscado formas para melhorar a coordenação e a eficácia das atividades desenvolvidas pelas diversas instituições do sistema ONU que se dedicam aos diferentes pilares do desenvolvimento sustentável (econômico, social e ambiental). Os países têm debatido, principalmente, maneiras pelas quais os programas voltados ao desenvolvimento econômico, ao bem-estar social e à proteção ambiental podem ser organizados em esforços conjuntos, que realmente correspondam às aspirações do desenvolvimento sustentável.
Algumas das propostas já apresentadas propõem a reforma da Comissão sobre Desenvolvimento Sustentável (CDS), com o objetivo de reforçar seu mandato de monitoramento da implementação da Agenda 21, adotada durante a Rio-92, e seu papel de instância de coordenação e de debate entre representantes dos países e da sociedade civil. Quanto à reforma das instituições ambientais, vários países têm apontado a importância de que sejam fortalecidas as capacidades de trabalho do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), aumentando a previsibilidade dos recursos disponíveis para que essa instituição apóie efetivamente projetos em países em desenvolvimento. A reforma da estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável deverá observar o equilíbrio entre as questões sociais, econômicas e ambientais.
http://www.rio20.gov.br/clientes/rio20/rio20/sobre_a_rio_mais_20/

domingo, 18 de março de 2012

NEUTRINOS NÃO SÃO MAIS RÁPIDOS DO QUE A LUZ


Física de partículas
Neutrinos não são mais rápidos que a luz, confirma novo experimento
Cálculo anterior estava errado; velocidade dos neutrinos não desafia Teoria da Relatividade de Einstein

O Icarus, novo experimento realizado no Laboratório Nacional de Gran Sasso, na Itália, confirmou que os neutrinos realmente não são mais rápidos do que a luz, segundo comunicado do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern). A nova medição do tempo de voo de neutrinos desmente a medida inicial relatada pelo experimento Opera, do mesmo laboratório, realizado em setembro de 2011.
O Opera abalou o mundo da física ao desafiar um dos pilares da Teoria da Relatividade, proposta pelo físico Albert Einstein no início do século XX. O experimento chegou à conclusão de que neutrinos gerados na Suíça teriam percorrido a distância de 732 quilômetros pela crosta terrestre até a Itália a uma velocidade 60 bilionésimos de segundo mais rápida do que raios de luz, algo impossível pelas teorias vigentes, já que a velocidade da luz é considerada o limite máximo de velocidade do universo.

         Em fevereiro deste ano, “fontes familiarizadas com o experimento” declararam que os cálculos feitos pelo Opera poderiam estar errados. A diferença de 60 nanossegundos teria vindo de um mau contato entre uma placa de computador e um cabo de fibra ótica que conecta o receptor de GPS usado para corrigir o tempo de viagem dos neutrinos.

          Para comprovar tal teoria, os cientistas apostaram no experimento Iacrus, em que uma nova medição da velocidade dos neutrinos foi realizada em jornada igual ao do teste anterior, entre o laboratório italiano e o Cern, na Suíça, distantes 732 quilômetros entre si. Os resultados mostraram um tempo de voo equivalente à velocidade da luz, e não maior, como sugeria o experimento Opera.
"Essa descoberta indica que os neutrinos não excederam a velocidade da luz", informou o Cern em um comunicado divulgado à imprensa. Segundo Sergio Bertolucci, diretor do centro europeu, outras verificações estão sendo feitas, inclusive novos experimentos com feixes de partículas em maio, a fim de dar um veredicto final.

(Com Agence France-Presse)

Saiba mais

O que é um neutrino?
Neutrinos são partículas subatômicas (como o elétron e o próton), sem carga elétrica (como o nêutron), muito pequenas e ainda pouco conhecidas. São gerados em grandes eventos cósmicos, como a explosão de supernovas, em reações nucleares no interior do Sol e também por aceleradores de partículas. Viajam perto da velocidade da luz e conseguem atravessar a matéria praticamente sem interagir com ela. Como não possuem carga, não são afetados pela força eletromagnética. Existem três "sabores" de neutrinos: o neutrino do múon, o neutrino do tau e o do elétron.
Por que um corpo com massa não é capaz de atingir a velocidade da luz?
De acordo com as equações da Teoria da Relatividade, quanto mais um corpo se aproxima da velocidade da luz, mais energia é necessária para que ele continue ganhando velocidade. Essa energia teria que ser infinita — uma quantidade maior, por exemplo, do que a existente no universo — para que esse corpo fosse acelerado até a velocidade da luz.
Entenda o experimento Opera
Os pesquisadores enviaram neutrinos, um tipo de partícula subatômica, dos laboratórios do CERN, na Suíça, para outras instalações a 732 quilômetros em Gran Sasso, na Itália, e descobriram que elas chegaram 60 bilionésimos de segundo antes da luz. A equipe fez a medição 16.000 vezes e chegou a um nível estatístico que a ciência aceita como descoberta formal.
O Opera abalou o mundo da física ao desafiar um dos pilares da Teoria da Relatividade, proposta pelo físico Albert Einstein no início do século XX. O experimento chegou à conclusão de que neutrinos gerados na Suíça teriam percorrido a distância de 732 quilômetros pela crosta terrestre até a Itália a uma velocidade 60 bilionésimos de segundo mais rápida do que raios de luz, algo impossível pelas teorias vigentes, já que a velocidade da luz é considerada o limite máximo de velocidade do universo.

        Em fevereiro deste ano, “fontes familiarizadas com o experimento” declararam que os cálculos feitos pelo Opera poderiam estar errados. A diferença de 60 nanossegundos teria vindo de um mau contato entre uma placa de computador e um cabo de fibra ótica que conecta o receptor de GPS usado para corrigir o tempo de viagem dos neutrinos.
Para comprovar tal teoria, os cientistas apostaram no experimento Iacrus, em que uma nova medição da velocidade dos neutrinos foi realizada em jornada igual ao do teste anterior, entre o laboratório italiano e o Cern, na Suíça, distantes 732 quilômetros entre si. Os resultados mostraram um tempo de voo equivalente à velocidade da luz, e não maior, como sugeria o experimento Opera.
"Essa descoberta indica que os neutrinos não excederam a velocidade da luz", informou o Cern em um comunicado divulgado à imprensa. Segundo Sergio Bertolucci, diretor do centro europeu, outras verificações estão sendo feitas, inclusive novos experimentos com feixes de partículas em maio, a fim de dar um veredicto final.
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sábado, 10 de março de 2012

MAPA DE ALTA RESOLUÇÃO DO INTERIOR DA TERRA


Geofísica

Cientistas produzem mapa em alta resolução de camada interior da Terra

Pela primeira vez, foi possível estimar a profundidade da camada Moho, intermediária entre a costra e o manto terrestre, em cada parte do mundo


Mapa que mostra as diferentes profundidades da camada Moho em cada parte do planeta Terra, medida em quilômetros (GEMMA project)

 
Projeto financiado pela Universidade Politécnica de Milão, na Itália, e pela Agência Espacial Europeia (ESA) elaborou um mapa global inédito, em alta resolução, de uma zona logo abaixo da crosta terrestre, conhecida como Moho, a partir de observações e cálculos realizados pelo satélite GOCE. Estudar esta camada, situada entre a crosta e o manto terrestre, pode trazer novas pistas sobre a dinâmica do interior da Terra.
A crosta é a camada sólida mais externa do nosso planeta. Apesar de representar apenas 1% do volume da Terra, ela é extremamente importante porque abriga todos os nossos recursos geológicos, como o gás natural e o petróleo.
O estudo, divulgado pela ESA e batizado de projeto GEMMA,  melhorou as projeções feitas anteriormente, baseadas em dados de eventos sísmicos e da gravidade, e permitiu pela primeira vez estimar a profundidade da camada Moho em cada parte do mundo, até mesmo em áreas onde não havia dados disponíveis.  O projeto é dirigido pelo italiano Daniele Sampietro.
O satélite GOCE mediu o campo de gravidade e a profundidade desta zona com uma precisão sem precedentes, o que permite compreender melhor a circulação dos oceanos, as mudanças do nível do mar e os processos ocorridos no interior da Terra.

(Com Agência EFE)

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MOHO
A Moho é uma zona que se encontra entre a crosta e o manto da Terra. É nesta região que ocorrem as mudanças de velocidade das ondas sísmicas. Nos oceanos, ela se encontra entre cinco e oito quilômetros de profundidade, e nos continentes, a Moho está entre 25 e 60 quilômetros abaixo da superfície da Terra. Esta diferença de profundidade é facilmente observável no mapa do projeto GEMMA. Seu nome foi dado em homenagem ao geofísico croata Andrija Mohorovicic, que identificou a existência da camada em 1909.