domingo, 26 de julho de 2020

Buraco Negro

A imagem ilustra a idéia dos pesquisadores

Algo causou um apagão no anel de plasma de um buraco negro

plasma é um estado da matéria que ocorre em situações extremas – como locais muito quentes. O Sol te uma coroa de plasma, por exemplo. Pesquisadores observaram algo destruindo o anel de plasma de um buraco negro.
No caso deste buraco negro, o anel de plasma se criou a partir da matéria que girava em torno do horizonte de eventos do faminto corpo. O horizonte de eventos é o ponto sem volta de um buraco negro, de onde nada escapa.
Trata-se do buraco negro que se localiza no centro da galáxia 1ES 1927+654. O que o tornava visível pelos equipamentos astronômicos da Terra era o brilho essa coroa de plasma que ele possuía.
Entretanto, os pesquisadores notaram um pico de um brilho um pouco forte seguido pelo total sumiço do plasma. A existência do plasma ali naquela região é algo bastante comum, o estranho foi ele ter sumido.

O apagão

Ele estava ocorrendo em um núcleo galáctico ativos (AGN), uma espécie de “semi-quasar”, falando de forma bastante generalista. É a matéria atritada e acelerada que emite muito brilho e radiação.
Antes do brilho acabar, entretanto, houve um pico. O pico, com cerca de 40 vezes o brilho comum do anel, foi identificado em 2018 por um conjunto de 24 telescópios da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos. 
Os telescópios fazem parte do projeto distribuído pelo mundo chamado All-Sky Automated Survey for Supernovae (ASAS-SN’s), algo como ‘Buscador Automatizado para todo o céu para Supernovas’.
Conforme disse em comunicado a professora assistente de física do MIT Erin Kara, “Nós esperávamos que mudanças tão grandes no brilho durassem em uma escala temporal entre milhares e milhões de anos”.
“Mas nesse objeto, nós vimos uma mudança de 10.000 [vezes] em menos de um ano, e até mesmo mudando por um fator de 100 a cada oito horas, o que é totalmente inédito e realmente incompreensível”, completa Kara.
Após a coroa sumida, e a queda de 10 mil vezes no brilho do buraco negro, os astrônomos continuaram a observar para entender o que ocorreria após e o que havia ocorrido antes, e algo ainda mais estranho ocorreu.
O buraco negro passou a coletar material dele próprio, que estava por ali, inutilizado. Rapidamente, em alguns meses, o material passou a emitir raios-X de alta energia e uma nova coroa de plasma foi formada.

O que ocorreu?

Eles não sabem explicar com certeza o que exatamente ocorreu, mas já possuem suas hipóteses. Basicamente, o que forma os quasares, os núcleos galácticos ativos e, consequentemente os discos de plasmas, são os discos de acreção.
Um disco de acreção é simplesmente a “fila” da matéria para entrar no horizonte de eventos do buraco negro. Conforme ela vai “entrando”, ela é incorporada ao plasma que brilha e vai sendo engolida pelo buraco negro.
Se entretanto, algum corpo grande, como uma estrela, caísse lá de repente, poderia gerar perturbação suficiente para causar isso. O pico foi a explosão da estrela e, com o impacto, tudo caiu no horizonte de eventos. É algo previsto na teoria, e é chamado de perturbação de marés.
“O que isso nos conta é que, se toda a ação está acontecendo dentro do raio de ruptura de marés, significa que a configuração do campo magnético que segura a coroa deve estar dentro desse raio”, explica Kara sobre as implicações da descoberta.
Com informações de Live Science MIT News.

Espiões no Android


Aplicativo informa quando celulares Android têm 'espiões' instalados

'Access Dots' exibe duas bolinhas na tela quando microfone e câmera estão ativados em modo secundário

Aplicativos usados para espionagem são um problema frequente no mundo da tecnologia. Embora na maioria das vezes eles sejam programados para direcionar propaganda, esses softwares têm o poder de ocasionar até mesmo conflitos políticos graves.

Por meio de uma funcionalidade do iOS14, a Apple passará a avisar aos usuários quando seus celulares estiverem com o microfone e câmera ativados sem autorização. Enquanto o Google não adota a mesma medida, os aparelhos Android têm à sua disposição o app Access Dots, que apresenta uma solução parecida.
 
O Access Dots informa se existe algum aplicativo espião ativando o microfone e a câmera do dispositivo sem permissão. Quando isso acontece, são mostradas duas bolinhas, uma laranja e uma verde, no canto da tela. Embora o aviso por si só já tenha utilidade, o app não é capaz de informar qual software está agindo indevidamente. Cabe ao usuário ir em configurações e verificar os aplicativos que estão ativos, e, então, julgar qual deles considera mais suspeito. 

O app é de graça, mas pode desbloquear algumas funções interessantes se for realizada uma doação aos desenvolvedores. Nesse caso, é possível diminuir ou aumentar o tamanho das bolinhas, além de colocá-las em qualquer lugar da tela. Infelizmente, usuários de iPhones antigos ou desatualizados não terão como saber se seus celulares contêm aplicativos espiões, uma vez que o Access Dots não está disponível na App Store. 
  

TikTok é acusado de espionagem


Aplicativos inoportunos nem sempre têm nomes estranhos e são pouco conhecidos. De acordo com uma acusação feita pela rede de hackers Anonymous, eles podem ser tão comuns e populares quanto o TikTok

Em recente publicação no Twitter, o grupo alegou que o TikTok tem acesso a informações confidenciais dos telefones onde é instalado, como dimensões e resolução da tela, uso de memória, espaço de disco, tipo de CPU, entre outros. O app saberia até mesmo o IP do roteador que está sendo usado pela rede do usuário. 
Segundo os hackers, o TikTok faria parte de um "massivo sistema de espionagem operado pelo governo chinês". O aplicativo se defende das acusações e alega ter fechado parcerias com empresas de segurança de nível mundial para corrigir os possíveis problemas relacionados à privacidade na plataforma.  

Um Novo Oceano


Geólogos afirmam que um novo oceano está se formando na África

Novas medições de satélite analisam os movimentos de três placas tectônicas (a Núbia, a Somali e a Arábica), que se separam lentamente

Uma rachadura de 56 quilômetros de comprimento no deserto da Etiópia é a primeira pista de algo muito maior que está acontecendo sob o continente africano: três placas tectônicas estão, lentamente, se separando – num processo que dividirá a África em duas criando uma nova bacia oceânica daqui a milhões de anos.
Para chegar a essa conclusão, o estudante de doutorado da Universidade de Leeds Christopher Moore vem utilizando medições de satélite para monitorar a atividade vulcânica da África Oriental. "Este é o único lugar na Terra onde você pode estudar como a fenda continental se torna uma fenda oceânica", explica Moore.

A região é o Triângulo de Afar, conhecido como o lugar mais quente do planeta graças aos seus numerosos vulcões ativos. Moore estudou as características geofísicas do armazenamento de magma em um desses vulcões, Erta Ale, que apontam para a conversão da região em um centro de expansão oceânica. Alguns pesquisadores, porém, questionam se as colisões tectônicas em curso no norte e leste da África impedirão que essa transição ocorra.


A região de Afar abriga uma junção tripla nos limites de três placas tectônicas: a Núbia, a Somali e a Arábica. Todas elas se encontram perto de Djibuti e Eritreia, formando um “Y” de fendas: o Grande Vale do Rift se abre para o sul, alcançando mais de 6 mil quilômetros para dentro da África. A fenda do Mar Vermelho se estende para o noroeste até encontrar a Península do Sinai. A leste, a cordilheira de Ridge se divide em sete segmentos, cada um com um comprimento entre 10 e 40 quilômetros. 

Junção tripla da região de Afar. Os triângulos vermelhos representam vulcões. Imagem: Wikimedia Commons

Por 30 milhões de anos, a placa da Somália vem se afastando do resto do continente a uma velocidade de pouco mais de um centímetro por ano. Ao mesmo tempo, a placa árabe também se afasta a uma taxa de cerca de 2,5 cm por ano – até colidir com a placa da Eurásia, no que hoje é o Irã, fechando o Golfo Pérsico e se tornando parte da Eurásia. Nos últimos anos, os instrumentos GPS revolucionaram esse campo de pesquisa, permitindo que os cientistas façam medições precisas de como o solo se move ao longo do tempo.

Segundo Cynthia Ebinger, geofísica da Universidade de Tulane, em Nova Orleans, a fenda gigante que se abriu no deserto da Etiópia em 2005 foi equivalente a várias centenas de anos de movimentação de placas tectônicas em apenas alguns dias. A pesquisadora acredita que a pressão acumulada pelo aumento do magma na área pode estar desencadeando os eventos mais explosivos.

Cada limite de placa na região Afar está se espalhando em velocidades diferentes, mas as forças combinadas dessas placas estão criando um sistema de cordilheiras no fundo do mar, onde eventualmente um novo oceano se formará. "O Golfo de Áden e o Mar Vermelho inundarão a região de Afar e o vale do Rift na África Oriental, e se tornarão um novo oceano - e essa parte da África Oriental se tornará seu pequeno continente separado", avalia Ken Macdonald, geofísico marinho e professor emérito da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara.

sábado, 25 de julho de 2020

"Deserto no Oceano Pacífico.


Existe um “deserto” no meio do Pacífico. Aqui está o que vive lá


Placas Tectônicas



Nova teoria sugere como se formaram as placas tectônicas da Terra

ERIK BEHENCK








Ainda existem poucas informações sobre como se formaram as placas tectônicas da Terra, embora as possibilidades sejam imensas. Agora, uma nova teoria indica o que pode ter levado a isso. A hipótese foi sugerida por pesquisadores da China, Hong Kong e dos Estados Unidos, parecida com uma ideia descartada há décadas.
Aquela história de que na ciência nada é eterno e revisões podem mostrar um novo caminho parece combinar muito bem com isso. Não existe um consenso quanto ao tempo de formação, mas tudo indica que elas se movimentam há pelo menos 3,3 bilhões de anos.

Como se formaram as placas tectônicas?

Anos atrás foi desenvolvido um modelo que indicava que as placas tectônicas se formaram em um processo parecido com o atual que garante as movimentações. Assim, o modelo indicava que partes da crosta terrestre mergulhava abaixo das placas, iniciando uma reação em cadeia. Então, isso teria durado milhares de anos.

A nova pesquisa mostra algo bem diferente dessa primeira possibilidade. A equipe de pesquisa sugeriu que bilhões de anos no passado a Terra ficou quente, causando uma expansão em seu tamanho, gerando uma fratura, se transformando após diversos choques e que hoje é conhecida por placas tectônicas.
A hipótese que trata sobre a expansão da Terra não é uma novidade. No século XIX, essa ideia foi exposta para explicar o surgimento de montanhas, mas logo acabou descartada, devido a descoberta das placas tectônicas.
“A resposta está na consideração dos principais mecanismos de perda de calor que poderiam ter ocorrido durante os primeiros períodos da Terra”, disse o cientista planetário da Universidade de Hong Kong, Alexander


O estágio final do surgimento das placas tectônicas. (Imagem: Nature Communications)

E como aconteceu a perda de calor?

Os pesquisadores não conseguem determinar qual foi o modo que gerou a perda de calor. Pode ter sido no planeta inteiro durante um logo período ou então por meio de vulcões expelindo lava de dentro do planeta para a sua superfície.

O acúmulo de material resfriado poderia afundar e esfriar a litosfera, desacelerando o calor nos vulcões e proporcionando um resfriamento em todo o planeta. Mas, isso teria deixado o calor aprisionado no planeta, que expandiu a crosta, fazendo com que ela rachasse e finalmente gerasse as placas tectônicas.
“Nossas experiências numéricas mostram que as fissuras poligonais podem se desenvolver na superfície da Terra em resposta a processos litosféricos rasos, com junções triplas como subprodutos da fratura”, escreve a equipe em seu artigo.
Ainda é difícil afirmar o que aconteceu com a Terra há milhões de anos, levando a formação das placas tectônicas. Mas, essa hipótese pode ganhar força e surgirem novas evidências, tendo uma papel importante para conhecermos o passado distante.
A pesquisa foi publicada na Nature Communications. Com informações de ScienceAlert.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Campo Magnético

Anomalia no campo magnético da Terra é mais antiga do que pensávamos

Novas análises sugerem que a Anomalia do Atlântico Sul é algo recorrente, e não um sinal de reversão dos polos magnéticos do planeta

O campo magnético da Terra tem sofrido com uma certa instabilidade. Uma região em particular, que se estende da África à América do Sul, sobre o Atlântico Sul, sofreu um grave enfraquecimento desde a década de 1950. O campo magnético age como uma manta protetora para o planeta, protegendo-o das partículas carregadas que se movimentam no espaço, então esse enfraquecimento causou preocupação.

A região, conhecida como Anomalia do Atlântico Sul (SAA), parece estar se dividindo em duas. Segundo alguns cientistas, isso poderia prever uma reversão de nossos polos magnéticos, o que causaria estragos na rede de eletricidade e nos sistemas de navegação.
No entanto, um novo estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences nesta segunda-feira (20), sugere que essas estranhas mudanças na região podem não ser tão incomuns quanto parecem. Na verdade, essa situação é bem regular na SAA, ao menos se pensarmos no relógio universal.

Anomalia do Atlântico Sul, representada em azul. Imagem: Divisão de Geomagnetismo, DTU Space/ESA

Para a pesquisa, foram coletadas 225 amostras de 46 locais diferentes na ilha de Santa Helena, localizada no Atlântico Sul - na região da anomalia - e lar de dois vulcões formados há oito e 11 milhões de anos.
Rochas vulcânicas são uma janela para o passado, porque permite aos pesquisadores entender como era o campo magnético da Terra em tempos antigos. Quando os fluxos de lava esfriam e endurecem, os minerais que ficaram presos em seu interior registram a intensidade e a direção do campo magnético no local no momento da erupção.

"Nosso estudo fornece a primeira análise de longo prazo do campo magnético nessa região, datada de milhões de anos", afirmou Yael Engbers, estudante de doutorado da Universidade de Liverpool e um dos autores da pesquisa. "Isso sugere que a Anomalia do Atlântico Sul é uma característica recorrente e provavelmente não é um sinal de reversão iminente".
A hipótese dos pesquisadores é de que essas descobertas apoiam a ideia as interações nas camadas mais internas da Terra provavelmente são responsáveis pelo enfraquecimento do campo magnético. Eles descobriram uma enorme região de rocha no manto da Terra, por baixo da anomalia, apelidada de Província Africana de Alta Velocidade e Baixo Cisalhamento (ALLSVP). Alterações na composição geoquímica no ALLSVP podem estar causando as alterações na SAA.

"Isso nos aproxima de ligar o comportamento do campo geomagnético diretamente às características do interior da Terra", explicou Engbers.
Entender essa anomalia será importante para pesquisas espaciais e poderá afetar a segurança dos satélites no futuro. Acredita-se que o Hitomi, telescópio da agência espacial japonesa, tenha sido afetado pela anomalia. Ao passar pela SAA em 2016, Hitomi sofreu um problema de comunicação. Depois disso, perdeu altitude e se quebrou.
Nessa região, o campo magnético é mais fraco porque o eixo magnético da Terra está levemente descentralizado. Por isso, o cinturão de radiação interna se aproxima do planeta, de forma que as naves espaciais que atravessam a SAA ficam mais expostas aos perigos da radiação espacial.
Via: CNET