Pesquisa
Estudo liga perda de biodiversidade ao fim de idiomas
Entre as cerca de 6.900 línguas faladas no mundo, mais de 4.800 surgiram em regiões com alta biodiversidade, que estão perdendo importância; degradação da biodiversidade fez com que culturas e línguas também fossem perdidas
O declínio da diversidade cultural e linguística está ligado à perda de
biodiversidade, informou neste domingo, baseada em um estudo, a rede
britânica BBC. Segundo uma pesquisa publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), 70% dos idiomas do mundo inteiro foram descobertos em locais com as mais ricas biodiversidades.
A degradação da biodiversidade fez com que culturas e línguas também
fossem perdidas. “Os biólogos estimam uma perda anual de espécies 1.000
vezes maior do que os recordes históricos, enquanto os linguistas
preveem que entre 50 a 90% dos idiomas vão desaparecer até o fim do
século”, dizem os pesquisadores.
Pesquisa - O responsável pelo estudo, professor Larry
Gorenflo, da Universidade de Penn, nos Estados Unidos, disse que já
havia detectado uma conexão entre os dois tipos de diversidades, mas
ainda não havia detalhamento suficiente para publicar um estudo a
respeito. “Nós usamos dados novos para ter um entendimento mais sólido
de como as línguas e as biodiversidades aconteceram simultaneamente e
quão extensa geograficamente era a linguagem”, disse Gorenflo à BBC. Os
pesquisadores também examinaram áreas menores com rica biodiversidade,
como áreas preservadas restritas.
Entre as cerca de 6.900 línguas faladas no mundo, mais de 4.800
surgiram em regiões com alta biodiversidade, diz o estudo. Para
Gorenflo, esses locais são muito importantes e estão se tornando cada
vez menos. “O estudo dá uma oportunidade maravilhosa para unir os
esforços de conservação. As pessoas que buscarem fundos para conservação
biológica podem colaborar com aquelas que buscam fundos para
conservação linguística ou cultural”, explica o professor.
“No passado, era muito difícil fazer os biólogos olharem para as
pessoas. Mas isso mudou muito nos últimos anos. Biólogos e ecologistas
estão vendo agora que as pessoas fazem parte desses ecossistemas”,
afirma Gorenflo.
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