domingo, 10 de julho de 2011

O cristianismo é moralmente superior à esquerda materialista.

O texto, abaixo, permite vislumbrar uma ruptura com o estado de coisas que grassa as instituições de ensino, a imprensa (com raras exceções) os escritores, movimentos sociais, artistas e parte da sociedade.Vivemos um momento semelhante ao período da ditadura militar(1964-1985) quando não tínhamos a liberdade de discordar do sistema nem do Estado ou pensar diferente. É a síndrome do " politicamente correto": sempre dizer sim e nunca dizer não.Não discordar, sempre concordar, ainda que não saiba porque está concordando. As forças políticas que atualmente dominam o país reune a elite do atraso e do autoritarismo. As figuras mais espúrias da República ocupam os cargos mais elevados. Alguns foram eleitos com a ajuda de um homem que, esquecendo sua origem, aprendeu a construir a sua história destruindo a reputação e a dignidade dos outros.Outros, mesmo derrotados nas urnas, foram premiados com cargos no mais alto escalão do governo. Até quando?
Ainda jovem comecei minha luta política em busca da liberdade de consciência no período em que vigorava no país o regime de exceção: a ditadura. Hoje, a patrulha ideológica em pleno estado de direito não permite a crítica ou a discordância.
O texto é longo, mas vale a pena.
Excelente a entrevista do professor e filósofo Luiz Felipe Pondé a Jerônimo Teixeira, nas “Páginas Amarelas” da VEJA desta semana. Reprodução de alguns trechos.

Luiz Felipe Pondé, de 52 anos, é um raro exemplo de filósofo brasileiro que consegue conversar com o mundo para além dos muros da academia. Seja na sua coluna semanal na Folha de S.Paulo, seja em livros como o recém-lançado “O Catolicismo Hoje” (Benvirá), ele sabe se comunicar com o grande público sem baratear suas idéias. Mais rara ainda é sua disposição para criticar certezas e lugares-comuns bem estabelecidos entre seus pares. Pondé é um crítico da dominância burra que a esquerda assumiu sobre a cultura brasileira. Professor da Faap e da PUC. em São Paulo, Pondé, em seus ensaios, conseguiu definir ironicamente o espírito dos tempos descrevendo um cenário comum na classe média intelectualizada: o jantar inteligente, no qual os comensais, entre uma e outra taça de vinho chileno, se cumprimentam mutuamente por sua “consciência social”. Diz Pondé: “Sou filósofo casado com psicanalista. Somos convidados para muitos jantares assim. Há até jantares inteligentes para falar mal de jantares inteligentes”. Estudioso de teologia, Pondé considera o ateísmo filosoficamente raso, mas não é seguidor de nenhuma religião em particular. Eis um pensador capaz de surpreender quem valoriza o rigor na troca de idéias.
-Em seus ensaios, o senhor delineou um cenário exemplar do mundo atual: o jantar inteligente. O que vem a ser isso?É uma reunião na qual há uma adesão geral a pacotes de idéias e comportamentos. Pode ser visto como a versão contemporânea das festas luteranas na Dinamarca do século XIX, que o filósofo Soren Kierkegaard criticava por sua hipocrisia. Esse vício migrou de um cenário no qual o cristianismo era a base da hipocrisia para uma falsa espiritualidade de esquerda. Como a esquerda não tem a tensão do pecado, ela é pior do que o cristianismo.
(…)
Não há lugar para um pensamento alternativo nem na hora da sobremesa?Não. A gente teve anos de ditadura no Brasil. Mas, quando ela acabou, a esquerda estava em sua plenitude. Tomou conta das universidades, dos institutos culturais, das redações de jornal. Você pode ver nas universidades, por exemplo, cartazes de um ciclo de palestras sobre o pensamento de Trotsky e sua atualidade, mas não se vêem cartazes anunciando conferências sobre a critica à Revolução Francesa de Edmund Burke, filósofo irlandês fundamental para entender as origens do conservadorismo. Não há um pensamento alternativo à tradição de Rousseau, de Hegel e de Marx. Tenho um amigo que é dono de uma grande indústria e cuja filha estuda em um colégio de São Paulo que nem é desses chiques de esquerda. É uma escola bastante tradicional. Um dia, uma professora falava da Revolução Cubana corno se esse fosse um grande tema. Ela citou Che Guevara, e a menina perguntou: “Ele não matou muita gente?”. A professora se vira para a menina e responde: “O seu pai também mata muita gente de fome”. O que autoriza um professora a usar esse tipo de argumento é o status quo que se instalou também nas escolas, e não só na universidade. O infantilismo político dá vazão e legitima esse tipo de julgamento moral sumário.
Como essa tendência se manifesta na universidade?O mundo das ciências humanas, em que há pouco dinheiro e se faz pouca coisa, é dominado pela esquerda aguada. Há muito corporativismo, e a tendência geral de excluir, por manobras institucionais, aqueles que não se identificam com a esquerda. Existe ainda a nova esquerda, para a qual não é mais o proletariado que carrega o sentido da história, como queria Marx. Os novos esquerdistas acreditam que esse papel hoje cabe às mulheres oprimidas, aos índios, aos aborígines, aos imigrantes ilegais. Esses segmentos formariam a nova classe sobre a qual estaria depositada a graça redentora. Eu detesto política como redenção.
(…)
Por que o senhor deixou de ser ateu? Comecei a achar o ateísmo aborrecido do ponto de vista filosófico. A hipótese do Deus bíblico, na qual estamos ligados a um enredo e um drama morais muito maiores do que o átomo, me atraiu. Sou basicamente pessimista, cético. descrente, quase na fronteira da melancolia. Mas tenho sorte sem merecê-la. Percebo uma certa beleza, uma certa misericórdia no mundo, que não consigo deduzir a partir dos seres humanos, tampouco de mim mesmo. Tenho a clara sensação de que às vezes acontecem milagres. Só encontro isso na tradição teológica.
Post publicado originalmente às 19h25 deste sábado
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Cristianismo, Luiz Felipe Pondé, materialismo

domingo, 3 de julho de 2011

O Homem (I)

Ao longo da história, muitas têm sido as definições encontradas pelo homem sobre si mesmo. Afinal o que é o homem? É um ser pensante que percebe a sua existência e em função disso questiona e vive em busca de respostas. É um ser metafísico, porque é espiritual. Não é um ser estático porque está sempre em movimento, transformando e sendo transformado.Traz consigo a imagem e semelhança de Deus, a herança e o traço divino. O homem é matéria animada que pensa e que fala. Matéria vivificada pelo sopro de Deus. É corpo e alma, uma unidade dentro da diversidade. É um ser plural e tem dimensão espiritual, religiosa, social, cultural e política.
Jamais será um deus porque é finito e limitado. Sua natureza pecaminosa o torna um ser distante de Deus. Sua queda o lançou no mais profundo abismo cheio de dificuldades e sofrimentos.
O homem tem pleno conhecimento e perfeita compreensão do mundo em que vive. Atualmente experimenta a maior abundância de bens e riquezas, possibilidades e poderio econômico. Entretanto, muitos são atormentados pela fome e pela miséria. Apesar de tantas possibilidades e condições favoráveis para o homem moderno, o contingente dos excluídos aumenta a cada dia.
Inúmeros conflitos de ordem política, religiosa, étnica e ideológica afligem as nações do mundo. O homem experimenta uma constante situação de conflito consigo mesmo e com seus semelhantes. O homem sempre deseja mostrar sua superioridade diante dos seus iguais, oprimindo-os escravizando-os.
Que dizem as Escrituras sobre essa situação? Qual é o papel da igreja?
A antropologia e filosofia têm auxiliado a Teologia na formação de seu discurso. As revelações bíblicas sobre a criação do homem sua queda e condição diante de Deus e sua restauração é o legado que nos deu o judaísmo.
Uma teologia contextualizada e ativa faz-se necessário para mostrar ao homem caído o caminho certo a seguir.
O homem é o fator das transformações ocorridas ao longo da história. A evolução tecnológica dos meios de comunicação tem acelerado esse processo de mudanças em todos os níveis da sociedade. Como modelar a forma de pensar, o domínio do tempo através dos acontecimentos históricos e acompanhar tantas evoluções em tão curtos espaços de tempo?