terça-feira, 22 de abril de 2014

MEIO AMBIENTE


GRUPO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL VILHENA SUSTENTÁVEL
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por Dimas Cunha

Macrodrenagem

Em atividade de campo realizada em 21 de abril de 2014 uma equipe do Grupo de Educação Ambiental Vilhena Sustentável visitou as obras do Sistema de Macrodrenagem Galerias de Águas Pluviais e Canais de Drenagem Urbana realizadas pela Prefeitura Municipal de Vilhena em parceria com o Ministério das Cidades com recursos da Caixa Econômica Federal  no município. Foi inspecionada pela equipe as obras já concluídas do canal de escoamento das águas pluviais e esgotos e a Lagoa de Decantação, cujo despejo será realizado na área das nascentes do Rio Barão de Melgaço (Rio Comemoração, na denominação do IBGE). Vale observar que a maioria dos rios que nascem na Chapada dos Parecis, em Vilhena, possuem dois nomes. Um nome comum conhecido por seus habitantes e o nome oficial que consta nos mapas do IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Loteamento

Em seguida, a equipe se dirigiu para antigo Zoológico Municipal Marciano Zonoecê, hoje desativado, e à casa de Rondon, local do antigo posto telegráfico. Prosseguindo na inspeção, a equipe se deslocou até o local onde foi implantado o Loteamento Solar de Vilhena no final da Av. Brigadeiro Eduardo Gomes, próximo ao Parque de Exposições. No local foi verificado que as obras de esgoto do loteamento estão sendo realizadas na área das nascentes do Rio Barão de Melgaço (Rio Comemoração). Embora a propaganda do loteamento informe que o esgoto será tratado antes de ser lançado no sistema de esgotos, não foi observada nenhuma obra de construção de unidade destinada ao tratamento de efluentes domésticos. A rede de drenagem do loteamento termina adentrando na mata onde serão despejados os esgotos - o que pode vir a comprometer a qualidade da água das nascentes do rio além do processo de erosão do solo.

Parque Municipal 

Um outro ponto visitado na mesma data pela equipe de professores e técnicos foi o local onde está sendo implantado pela Prefeitura Municipal de Vilhena, através da Secretaria de Turismo Indústria e Comércio, o Parque Público Municipal, próximo à BR-364, às margens do Rio Barão de Melgaço. No local, as obras estão em andamento.  O serviço de terraplanagem já foi realizado e a colocação de grama além da trilha destinada para caminhadas. Foi verificado pela equipe que a alteração do espaço ocorrida na margem direita do rio para implantação do parque provocou um acelerado processo de erosão com o desmoronamento de ribanceiras de uma das margens do rio. No entorno das obras do Parque Público Municipal é possível perceber um processo de degradação ambiental em andamento.
 

 Canal de drenagem. Imagem/Dimas Cunha


 Lagoa de decantação. Imagem/Dimas Cunha

 Local próximo às nascentes do Rio Barão de Melgaço onde são despejados, pelo sistema de drenagem, os efluentes e as águas pluviais da drenagem urbana. Imagem/Dimas Cunha.
Casa de Rondon.Local do antigo Posto Telegráfico do início do século XX.
Imagem/Dimas Cunha

Jatobá, próximo da Casa de Rondon.Um remanescente  do Cerrado em Vilhena.
Imagem/Dimas Cunha

 Obras de drenagem do Loteamento Solar de Vilhena.Imagem/Dimas Cunha









Erosão provocada pelo escoamento superficial na margem direita do Rio Barão de Melgaço ao lado do Parque Público Municipal.Imagens/Dimas Cunha





quinta-feira, 3 de abril de 2014

MAIOR EXTINÇÃO EM MASSA

Meio ambiente

Micróbios causaram maior extinção em massa da Terra, diz estudo

Cientistas do MIT levantam uma nova hipótese para a causa da terceira grande extinção, que ocorreu há cerca de 251 milhões de anos

 Methanosarcina: micro-organismo produtor de metano pode ser a causa da grande extinção (Getty Images)

Desde seu surgimento, a Terra passou por cinco períodos de extinção em massa das espécies, sendo o mais famoso o último, que causou o desaparecimento dos dinossauros não voadores, há 65 milhões de anos. A mais catastrófica de todas elas, porém, foi a terceira, que ocorreu há cerca de 252 milhões de anos e varreu quase 90% das espécies do planeta.As causas desse fenômeno até hoje não foram esclarecidas. Eventos como vulcanismo, aumento da temperatura e falta de oxigênio têm sido apontados pelos pesquisadores, mas um novo estudo concluiu que os reais responsáveis são seres vivos.Realizado por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), o trabalho indica que um tipo de micróbio produtor de metano, denominado Methanosarcina, foi o causador da extinção em massa. Esse organismo se desenvolveu de forma repentina e se alastrou pelos oceanos, despejando quantidades elevadas de metano na atmosfera, o que modificou o clima e a química das águas — e levou à extinção das espécies.

Evidências mostram um aumento intenso na quantidade de dióxido de carbono nos oceanos na época da extinção. Uma análise genética sugere que o Methanosarcina passou por uma mudança no mesmo período, que o transformou em um grande produtor de metano, a partir da acumulação de dióxido de carbono na água. Sedimentos da época revelam ainda um aumento no depósito de níquel — metal necessário para o crescimento do micro-organismo — que ocorreu simultaneamente.
Crescimento exponencialAlguns pesquisadores sugeriram que o aumento na quantidade de gases contendo carbono, como dióxido de carbono ou metano, na época da extinção pode ter sido causado por atividade vulcânica, mas os autores do novo estudo calculam que as erupções não seriam suficientes para produzir todo o carbono observado nos sedimentos. Além disso, os cientistas afirmam que as mudanças na quantidade de carbono ao longo do tempo não se encaixam em um modelo vulcânico.
"Uma injeção inicial rápida de dióxido de carbono liberada por um vulcão seria seguida por uma diminuição gradual. Em vez disso, nós observamos o oposto: um aumento rápido e contínuo", explica Gregory Fournier, pesquisador do MIT e um dos autores do estudo. "Isso indica uma expansão de micróbios." Segundo o autor, o crescimento de populações de micro-organismos está entre os poucos fatores capazes de aumentar a produção de carbono de forma exponencial — ou até mais rápida.
A análise genética mostrou ainda que o Methanosarcina adquiriu sua habilidade de produzir metano através de uma transferência de genes com outro micróbio. Nas condições adequadas, essa aquisição genética permitiu que o micro-organismo passasse por um crescimento intenso, consumindo rapidamente a reserva orgânica de carbono nos sedimentos oceânicos.
Segundo os autores, a produção exagerada de metano resultante de todos esses fatores provocou efeitos similares àqueles previstos em modelos de mudanças climáticas: um grande aumento de temperatura, combinado com a acidificação dos oceanos, que afetou também as espécies marinhas.