quarta-feira, 6 de abril de 2011

Flores de Holambra

GARANHUNS, INÍCIO DO SÉCULO XX






PAISAGEM URBANA






























Dimas Cunha

Na virada do século XIX para o século XX Garanhuns apresentava um aspecto urbano típico de uma cidade interiorana onde predominavam as construções de taipa. Os proprietários de terras, donos das fazendas de café, já possuíam imponentes construções residenciais e comerciais de tijolos em estilo neoclássico.

    A origem do Neoclássico no Brasil é identificada com a contratação da missão cultural francesa, chefiada por Lebreton, chegada ao Rio de Janeiro no início de 1816 e predominou até por volta de 1870.

    Como uma tendência comum a todo o Ocidente, também no Brasil, o Neoclassicismo representou o retorno as formas da Antiguidade Clássica Greco-Romana, difundindo o retorno as formas estáticas, de tratamento linear e em superfície, revelando uma arquitetura formalmente simples e sóbria.
    Na primeira foto acima na Rua de Santo Antonio, na parte de baixo, em primeiro plano está o prédio de Eurico Monteiro construído na segunda metade do século XIX e mais adiante outro prédio menos imponente, todavia, com um primeiro andar. Na parte de cima da Rua de Santo Antonio (segunda foto) o destaque fica com o prédio em estilo neoclássico onde funcionava a Casa Moderna e o prédio vizinho onde funcionou por muito tempo a Livraria Escolar de Manoel Gouveia.

O luxo e estilo europeu marcaram a sociedade da época em sua geografia urbana. O Edifício Tomás Maia quebrou a hegemonia das construções de apenas um andar por edifício- até então predominantes - apresentado uma edificação de dois andares localizado na esquina da 13 de Maio com a Av. Santo Antonio. 

A cultura do café tornou-se um fator de desenvolvimento econômico, político e social do município. Logo, as mudanças em sua paisagem urbana começaram a acontecer. Os abastados proprietários das fazendas de café passaram a ostentar suas riquezas consolidando seu poder construindo residências magníficas e imponentes casas comerciais. A ferrovia foi o fator que desencadeou o fluxo desenvolvimentista de Garanhuns ligando o município aos grandes centros urbanos do país.

Lembranças do meu tempo I




Nesse prédio ao centro, situado na Rua Coronel Antonio Souto, esquina com a São José , no bairro do mesmo nome,funcionava a Padaria Brasil de José Lourenço. Era a única padaria do bairro na época da minha infância e começo da adolescência. Eu morava com minha família na rua São José e depois na Travessa Silvino Macedo.
Quando criança eu gostava de passar por perto da padaria só para sentir o cheiro gostoso do pão assando no final da tarde. Sem dispor de equipamentos “modernos” para a modelagem dos pães “seu” Zé Lourenço- como era conhecido – modelava os pães de maneira simples e bem peculiar, de modo artesanal. O pão francês tinha um formato em que as extremidades terminavam com um “bico” arredondado. Eu gostava de beliscar o miolo do pão quando minha mãe mandava comprar pão na bodega. Todavia, no pão da padaria de Zé Lourenço ou se arrancava o “bico” ou então nada poderia ser beliscado. Era um pão gostoso, denso, pesado. Não se utilizava química para “melhorar” a massa como hoje.Para fazer o pão utilizava-se somente a farinha de trigo, o fermento biológico e o sal.
O pão doce dessa padaria era uma delicia. Além do formato singular, oriundo das mãos caprichosas do padeiro, o pão vinha coberto com uma camada generosa de côco ralado e em pedacinhos, hummm...
Para chamar a atenção da molecada e dos pais que iam à padaria Zé Lourenço modelava pães doces em forma de animais, como jacaré, cobra e outros.O pão que mais me chamava a atenção era o que tinha a forma de um jacaré.
Quando tirei esta foto, olhei e, por um momento voltei ao passado e vi na minha memória a padaria aberta, a fumaça da chaminé subindo e quase senti o cheiro gostoso do pão que tantas vezes levei para casa. 
Bons tempos.

Rio Pires de Sá























PROJETO: REVITALIZAÇÃO DO RIO PIRES DE SÁ


Dando prosseguimento ao processo de revitalização do Rio Pires de Sá, em parceria com o Ministério Público Estadual, Sedam, IBAMA , Semicam e escolas de ensino fundamental e médio da rede pública municipal e estadual do Município de Vilhena – Rondônia, no dia 11 de novembro de 2010, sob a coordenação da Técnica em Educação, Ana Nere Paula Assis, da Escola Zilda da Frota Uchôa e a colaboração dos professores Claudionor( Escola Zilda),Ailton (Escola Castelo Branco) e da professora Marta (Escola Vilma Vieira), alunos voluntários das 7ª;8ª e 9ª séries do ensino fundamental e dos 1º e 2º anos do ensino médio da Escola Zilda; da 7ª série da Escola Castelo Branco e 7ª;8ª e 9ª séries da Escola Vilma Vieira reuniram-se na Escola Zilda às 07:00 horas para o início dos trabalhos de plantio de mudas de espécies vegetais nativas do bioma cerrado,com o objetivo de recompor a vegetação natural das nascentes do Rio Pires de Sá.


Inicialmente foram selecionadas as mudas de árvores de diversas espécies, produzidas nos viveiros da Escola Zilda especialmente para essa finalidade, totalizando 85 unidades. As mudas selecionadas das espécies: Angelim,Jambolão,Buriti,Açaí,Cacau Silvestre,Cumaru, Ingá, Cedro Rosa, Ipê Roxo, Ipê Amarelo,Ipê Branco,Cerejeira,Paineira,Ingazinho,Urucum e Jacarandá do Cerrado foram acondicionadas em engradados plásticos.Em seguida foram separadas as ferramentas, os carrinhos de mão, adubo químico, calcário, regadores,chapéus de palha e luvas de jardinagem.


Todo o material - ferramentas , insumos,equipamentos e as mudas de árvores - foi colocado num veículo da SEDUC que dá suporte ao projeto.Os alunos e professores embarcaram em um ônibus cedido pela Prefeitura de Vilhena para o transporte de ida e volta.


Chegando à A.P. P – Área da Proteção Permanente, as equipes foram divididas para o início dos trabalhos de reposição vegetal das nascentes.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Mapa da gravidade da Terra

Cientistas criam "mapa da gravidade" da Terra


Cientistas criaram um "mapa da gravidade" terrestre, mostrando as diferentes influências desta força física ao redor do planeta. O modelo, conhecido como geóide, define onde estão os níveis da superfície terrestre, esclarecendo se o sentido é "para cima" ou "para baixo". Os cientistas afirmam que os dados podem ser usados em inúmeras aplicações, entre elas nos estudos de mudança climática para ajudar a entender como a grande massa de oceanos move calor ao redor da Terra.O novo mapa foi apresentado em um simpósio sobre observação terrestre em Bergen, na Noruega, onde também estão sendo apresentados dados recolhidos por outras missões da Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês). Antes do fim da década, cerca de 20 missões da ESA totalizando cerca de 8 bilhões de euros serão lançadas para observar o espaço através de sondas.


Parâmetros


O mapa foi desenhado a partir de medições precisas realizadas pelo satélite europeu Goce, sigla formada a partir das iniciais da sonda exploradora de campo gravitacional e equilíbrio estacionário que circula na órbita terrestre a uma altitude de pouco mais de 250 km da superfície – a órbita mais baixa de um satélite de pesquisa em operação. A Goce carrega três pares de blocos de platina dentro de seu gradiômetro – o aparelho que mede o campo magnético da Terra – capazes de perceber acelerações leves da gravidade sentida na superfície.Em dois meses de observação, o satélite mapeou diferenças quase imperceptíveis na força exercida pela massa planetária em diferentes pontos do globo. O mapa define, em um determinado ponto, a superfície horizontal na qual a força da gravidade ocorre de maneira perpendicular. Estas inclinações podem ser vistas em cores que marcam como os níveis divergem da forma elíptica da Terra. No Atlântico Norte, perto da Islândia, o nível se situa a cerca de 80 metros sobre a superfície da elipsóide. No Oceano Índico, esse nível está 100 metros abaixo. Os cientistas dizem que o mapa permitirá aos oceanógrafos definir como seria a forma dos oceanos se não houvesses marés, ventos e correntes marítimas. Subtraindo a forma do modelo, ficam evidentes estas outras influências. Esta informação é crucial para criar modelos climáticos que levam em conta como os oceanos transferem energia ao redor do planeta.


Usos


Há outros usos para o geóide. O modelo fornece um sistema universal para comparar altitudes em diferentes partes da Terra, à semelhança dos aparelhos de nivelamento que, na construção, revelam aos engenheiros para onde um determinado fluido corre naturalmente dentro de um tubo ou cano. Cientistas geofísicos também podem usar os dados da sonda para investigar o que ocorre nas entranhas profundas da Terra, especialmente naqueles pontos susceptíveis a terremotos e erupções vulcânicas."Os dados da Goce estão mostrando novas informações no Himalaia, na África Central, nos Andes e na Antártida", explica o coordenador da missão da Esa, Rune Floberghagen."São lugares bem inacessíveis. Não é fácil medir variações de alta frequência no campo gravitacional da Antártida com um avião, porque há poucos campos aéreos a partir dos quais operar."A altitude extremamente baixa da Goce deveria limitar a utilização da sonda por no máximo mais dois anos. Entretanto, níveis relativamente baixos de atividade solar produziram condições atmosféricas calmas, fazendo o satélite consumir menos combustível que o estimado.


A equipe crê que a sonda poderia ser utilizada até 2014, quando a falta de combustível desaceleraria a missão, obrigando-a a sair de órbita.









Vilhena - Rondônia

Considerações e indagações


Considerações e indagações sobre a viagem Silvino Guilherme de Barros, barão de Nazaré à Vila de Garanhuns em 1878.

Silvino Guilherme de Barros, barão de Nazaré foi comerciante no Recife, coronel reformado da Guarda Nacional e comendador da Imperial Ordem da Rosa. Foi também chefe político local do Partido Liberal e várias vezes deputado provincial.Senador do Congresso Legislativo de Pernambuco em 1904 ,quando morreu

Na segunda metade do século XIX Garanhuns era uma das muitas vilas do interior da Província de Pernambuco. Localizada em um dos pontos mais elevados do Planalto da Borborema, distando cerca de 50 léguas da Capital, era lugar de refúgio para o viandante que adentrava aos lugares mais recônditos do interior. Circundada pela exuberante vegetação da Mata Atlântica, regada pelas diversas fontes de águas e refrescada pelos ventos alísios de sudeste - que sopram o ano inteiro do oceano para o continente - o clima da vila era ameno e agradável para os visitantes de outras localidades especialmente os oriundos do Município do Recife, onde as temperaturas apresentavam-se mais elevadas.

Sobre a viagem do Barão de Nazaré à Vila de Garanhuns na segunda metade do século XIX levantamos algumas hipóteses:

· Havia outras vilas, além de Garanhuns, nas proximidades?

· Além da Vila de Garanhuns, Silvino Guilherme de Barros, barão de Nazaré visitou outras vilas do interior.?

· Quais eram suas reais intenções ao visitar o interior da província?

· Quais eram os meios de transporte utilizados na época para uma longa viagem de 6 a 7 dias, cerca de 15 dias ida e volta?

· Foi o clima que o impressionou ou foi o interesse econômico a razão de sua simpatia por Garanhuns?

· Como alguém viajaria tanto tempo em lombo de animal apenas para “descansar” numa viagem arriscada onde estavam expostos a perigos de ataques de animais selvagens, índios e a bandoleiros que viviam nas matas?

· Era uma comitiva oficial ou uma viagem particular de negócios?

· Qual era a extensão do território da capitania de Pernambuco no século XVI?

· Quem era o governador da província de Pernambuco em 1878?

· Qual era a organização administrativa de Pernambuco nessa época?

· Que forças políticas dominavam o parlamento pernambucano?

· Quais as forças políticas dominavam a política local?

Na década de 1870 a economia da Vila de Santo Antonio de Garanhuns baseava-se na agricultura e pecuária.

· Solo fértil, fontes de águas naturais de boa qualidade, clima temperado, umidade relativa do ar elevada,por conta da abundante vegetação, média altitude, correntes ar dos ventos alísios(úmidos)de sudeste.

· O território onde ficava localizado a Vila de Santo Antonio de Garanhuns antes da ocupação pelos negros fugidos dos engenhos e das fazendas da capitania de Pernambuco, no tempo de Duarte Coelho,fora habitada por indígenas,povos autóctones, do grupo cariri. Portanto, a história da ocupação do espaço geográfico onde se configurou a origem do povoado,vila e posteriormente Município de Garanhuns é bem mais antiga do que relata Alfredo Leite Cavalcanti e outros historiadores.

· Na época da colonização do território brasileiro habitava o vale do Rio Mundaú, próximos de sua nascente, uma tribo indígena da nação cariri. Segundo o historiador Alfredo Leite Cavalcanti a tribo indígena tinha o nome Unhanhu que habitava os campos dos Garanhu.

· Esse nome foi repassado pelos índios aos brancos que passaram a habitar a região, por volta do século XVII.

· Desse modo, a ocupação do espaço ocupado posteriormente por negros e brancos a partir do século XVII é um segundo momento histórico e não o único.

· Segundo Niede Guidon, os povos indígenas já habitavam a America há cerca de 10 mil anos antes do Brasil Colônia; já habitavam a região do território que viria a ser chamado de Garanhuns por longo tempo, logo, já havia uma sociedade indígena organizada ocupando o território. Então, o termo “povoamento” torna-se subjetivo ao definir a ocupação e organização social dos novos habitantes.